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sábado, 21 de agosto de 2010

MANAUS MODERNA: UMA BOMBA RELÓGIO PRESTES A EXPLODIR


Há alguns anos tenho observado o tumulto que os passageiros enfrentam ao aventurar-se em viajar de barcos regionais na nossa região, saindo da Manaus Moderna. Na manhã do dia 12 de agosto, nossa cidade foi tomada por notícias veiculadas nos meios de comunicação que a ATRAC (Associação dos Armadores do Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas) e outras 15 entidades que representam os trabalhadores da Manaus Moderna, realizaram uma manifestação que objetivava reivindicar melhorias no local, como a construção de um terminal hidroviário. Durante a manifestação, que começou por volta das 07h30, os manifestantes tentaram, por duas vezes, impedir a passagem de veículos pela Avenida Lourenço Braga, complicando ainda mais o trânsito que já é caótico no local.

Como parte dos protestos, trabalhadores da Manaus Moderna pararam as atividades de vendas de passagens a partir das 09h30, suspenderam a saída de barcos e retiraram por algumas horas as pontes colocadas entre as escadarias e as balsas, que dão acesso aos passageiros às embarcações. Mesmo assim várias pessoas tentaram passar, de qualquer forma, se equilibrando em cordas e pedaços de madeira improvisados, ou mesmo usando canoas para chegar às embarcações.

A manifestação prosseguiu até as primeiras horas da tarde, quando algumas embarcações que estavam ancoradas saíram do porto da Manaus Moderna e do porto privatizado e foram para o meio do rio, buzinando em sinal de protesto. A presidente da ATRAC enfatizou, em alto e bom tom, que os trabalhadores estavam cobrando das autoridades, há muito tempo, as melhorias que precisam ser feitas no porto. “Demos um voto de confiança ao Prefeito e ele nos retribui com repressão mandando a polícia impedir nosso protesto como se fôssemos bandidos”, recrimina.

As entidades envolvidas no protesto avaliam que 280 mil pessoas circulam pela Manaus Moderna, mensalmente. Os representantes dos trabalhadores afirmam que desde o início deste ano, a prefeitura vem sinalizando que quer retirar as balsas onde aportam os barcos, mas o Poder Executivo Municipal e os armadores nunca chegaram a um consenso.

Fala-se a boca pequena que a atitude do Prefeito tem somente um objetivo: retirar os barcos da Manaus Moderna, obrigando-os a ancorar suas embarcações no Porto Privatizado de Manaus, mas os armadores alegam que as diárias cobradas naquele local são exorbitantes - para não dizer proibitivas -, inviabilizando assim qualquer possibilidade da transferência dos barcos para o porto privatizado, que hoje é administrado pela família Di Carli, agraciada com a concessão por um período de 30 anos, quando Amazonino Mendes era Governador do Estado. Tudo leva a crer que tem alguma coisa estanha neste negócio, que deve ser investigada pelo Ministério Público.

Enfim, faz uma década que venho sugerindo a vários políticos, inclusive do partido em que sou filiado, o PDT, que a solução para o problema de ancoramento dos barcos regionais está na implantação de uma estação hidroviária onde funcionou a antiga SIDERAMA. Justifico a proposta porque mais de 65% dos usuários deste tipo de transporte residem nas Zonas Leste e Norte. Como diz um velho amigo: ‘não esquenta a cabeça que tudo será resolvido. Não esqueças que seremos uma das sub-sedes da Copa do Mundo em 2014, então vamos ter fé em Deus e pedir que a Copa não demore a chegar’.

Enquanto a solução não chega faço uma sugestão aos passageiros que enfrentarão a maratona para adentrar nos barcos: participem de um curso rápido de contorcionismo e de equilibrista para facilitar o acesso dos mesmos nas embarcações. O valor das aulas está incluso no preço da passagem, e feliz viagem! Epa, ia esquecendo, quem sabe sem querer o passageiro encontrou uma nova profissão já que os circos cada vez ficam mais raros por falta destes profissionais.

Por Paulo Onofre

Administrador de Gestão e Administração em Segurança Pública

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