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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DILÚVIO EM MANAUS



Não tem porra nenhuma, neguinha. As autoridades não movem um caneco de água para atender a população que está roendo beira de sino. Falta tudo na cidade “risonha”: não há gestor, nem práxis.
Parece até que o carnaval não acabou e a música “As águas vão rolar”, viram cotidiano chuvoso, pois as pancadas de água que acometem nossa cidade transformam o ruim no pior, diante do aguaceiro vigente transformando a vida do manauara num inferno aquático, que inunda bairros e covões onde a nossa gente mais humilde habita.
Chuvas torrenciais caem direto de ponta a ponta dessa urbe construída a toque de caixa, sem nenhum planejamento urbano científico. O resultado está aí, uma cidade que inchou para todos os lados, agregando invasões e outras escaramuças do povo que quer ter um pedaço de chão para morar.
A cada pé d’água, quem mora nos baixões, sofre mais que guabiru em terra de gato estripador, é verdade, o povo sofre e nunca goza ao contrário do que pensa o jornalista Macaco Simão.  Aliás, além do abandono das autoridades e políticos, agora o povo também está apanhando da natureza, mesmo a gente sabendo que aqui é o trópico úmido e, segundo o nosso amazonólogo e eterno senador Evandro Carreira, o único que chegou e entrou em harmonia com a homeostase da floresta foi o índio, que chegou nu e na ponta dos pés.
Mas já que estamos aqui, o governo deveria fazer uma alternativa de providências para as épocas de chuva pesada.
O povo sofre muito com o aguaceiro caindo do céu, e o que deveria ser uma benção, vira uma tragédia com a água chegando e levando a vida da nossa gente num demoinho circunstancial, de angústia e sofrimento, saindo pelo ladrão, como se Manaus vivesse um dilúvio cotidiano e nós não temos uma Arca de Noé providencial para nos salvar de sermos afogados pelo abandono político e pelo descaso das autoridades que não movem nem um caneco de água para atender as reivindicações da população que está roendo beira de sino, pois na nossa cidade “risonha”, falta tudo, não há gestor, nem conceito, nem práxis, ora bolas, então não tem porra nenhuma, neguinha.
Alexandre Otto,
é poeta e membro do
Clube da Madrugada.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

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