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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Círio de Nazaré é uma festa democrática



Um amigo meu, que pela primeira vez participava da festa do Círio de Nazaré, disse-me ter ficado surpreso com a grandiosidade do evento religioso, considerado o mais concorrido do país.
Dois milhões e meio de pessoas se fizeram presentes àquele ato de fé cristã. A população de Belém quase dobra nesses dias, com as suas ruas repletas de gente movida pela fé na Virgem. É um espetáculo que, segundo esse meu amigo impressiona, principalmente porque nivela pobres e ricos, brancos, pretos, índios e quem mais que apareça no local.
Na semana em que se comemora o Círio de Nazaré, figurões das finanças param os seus carrões importados nas calçadas e de lá saem descalços, como o mortal mais humilde para participar da procissão. O Círio de Belém é, portanto, uma festa democrática, humana e civilizada. Venho adiando participar desse ato religioso há muito tempo.
Acreditava que este ano dava para viajar à Belém com a família. Não deu, fui só. O problema é que vivi uma turbulência danada nessa de ter que trocar de partido para sobreviver politicamente. Bem, fica para o próximo ano se assim Deus o permitir.
Mais do que Manaus, Belém foi cantada por grandes mestres da música brasileira.  Luiz Gonzaga a imortalizou em seus versos, num baião de beleza melódica e letra comovente, que diz assim: “Quem vai a Belém do Pará, desde a hora que sai, não esquece de lá, quer voltar. Jesus, em Belém foi nascer. Quem me dera viver em Belém do Pará...” Lindo! Que música mais bonita não iria sair da cabeça do mestre do baião se ele estivesse vivo e participasse hoje do Círio de Nazaré? Homenagem mais do que justa a uma mulher que há dois mil e onze anos deu à luz a uma criança em uma cidade também chamada Belém.    
Por: Alexandre Otto
Escritor, Poeta, Publicitário e membro do Clube da Madrugada

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