Total de Visitas

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

ATÉ O XIBÉ TÁ FICANDO DIFÍCIL NO AMAZONAS



A farinha é para nós, como o pão para o mundo inteiro. Acontece que tem amazonense que nunca comeu um pedaço de beiju com café torrado na lata.
Minha avó Cecília, cabocla do Paraná da Eva, negra dos cabelos lisos, moça bonita e prendada, por isso fisgou o meu avô suíço de cabelos louros e olhos azuis, aliás o cara eras boa pinta, parecidíssimo demais com aquele ator Leam Nielsen, que interpretou no cinema o Schindler do  espetacular filme de Spielberg que ganhou o Oscar, (Quando falo nisso, meus filhos ajeitam o colarinho com vaidade), pois bem, a velha  ranzinza que me criou na porrada, conseguiu fisgar o velho europeu, fotógrafo, mestre dos  mestres, segundo o Lytaiff, que é considerado por todos, o melhor fotografo do Amazonas.
Mas o que tem a vovó com a fartinha nossa de cada dia? A velha produzia farinha, ali no V-8, 20 quadras de mandioca, que era vendida para o quartel, nosso 27º BC. O preço era irrisório, mas ela sustentou os seis filhos mais 2 netos, eu e o Alemão, que já se encantou, como diria o Guimarães Rosa. Nonada, ora bolas.
Eu me lembro, um tambaqui médio era no dinheiro de hoje, 8 reais, e 1 litro de farinha da boa, 30 centavos.
Ontem fui comprar um quilo de farinha do Uarini, e o preço bateu na minha cara, 7,20, socorro! Querem matar os caboclos de fome.
O Abel Alves me informa que a farinha de Tefé é a melhor do mundo, custava 1 real, e agora custa 5 reais,  400% de aumento. É isso mesmo.
Por favor, governador, faça alguma coisa, Arthur, deputados e vereadores, pelo amor de Deus, mexam-se para resolver pelo menos um paliativo na produção da farinha, senão o caboclo não come, aliás, sem farinha a turma faz greve de fome e aí a casa vai cair na cabeça dos políticos.
Aproveitem a várzea, ouçam as prédicas do Curupira, o nosso senador Evandro Carreira. Ele é o cara que mais entende de Amazônia, segundo o próprio Congresso e o Pentágono americano, onde o mesmo fez conferência.
A farinha é para nós, como o pão para o mundo inteiro. Acontece que tem amazonense que nunca comeu um pedaço de beiju com café torrado na lata, isso depois de viajar com uma bela cabocla, daquelas criadas sem calça no meu interior, como diria o Nunes Pereira, que era amigo do Levy Strauss, e que gostava como ninguém de tomar um caldo de peixe com  farinha, na pá do remo.

Alexandre Otto,
é poeta
e membro do Clube da Madrugada.                                                                              
                               

Nenhum comentário:

Postar um comentário