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terça-feira, 14 de maio de 2013

QUANDO O POLÍTICO SE TRANSFORMA EM MASCOTE DOS PODEROSOS



sábado, 11 de maio de 2013

 
E para não deixar a corda quebrar, os políticos e governantes corruptos são orientados a investirem na mídia, multiplicando seus feitos isolados em aparente política de Estado, convencendo os tolos por alguns instantes a acreditarem que o que prometem fazem e o que dizem acontecem, apostando no convencimento de seu carisma e na impunidade como salvo conduto as próximas eleições.

Ademir Ramos (*)

Eleito, o governante procura de imediato constituir o seu time para entrar em campo e fazer muitos gols. O povo quer gol, enquanto resultado positivo das decisões, em atenção à cidade, a expectativa dos aflitos e dos interesses dos poderosos que esperam também ser reembolsados com obras e favores para multiplicação de seu capital. Isto pode parecer um grave problema para alguns ou somente uma leve dor de cabeça para outros. Depende unicamente do governante que opera a política, suas prioridades e seus compromissos. Parece fácil, mas não é, porque no curso do processo eleitoral o candidato assume certos compromissos que muitas vezes não pode arcar sem o sacrifício do povo e a violação das normas constituídas. Os poderosos querem retorno imediato enquanto o povo desarticulado fica na geral aguardando algum sinal positivo que resulte em beneficio direto ou indireto a comuna local. O jogo vira um tédio e o eleito rasteja na vala rasa da política.
O voto, dessa feita, transforma-se em mercadoria e o governante e o parlamentar em mascote dos interesses econômicos dos grupos dominantes, instrumentalizando as estruturas de governo para satisfazer com verba pública seus caprichos e privilégios, não ocorrendo tal feito, começa a vazar na “imprensa livre” e nas mídias sociais notas plantadas, desqualificando o eleito, na tentativa de desestabilizar o seu governo e/ou seu mandato. O “governante rabo preso”, com estas forças contrárias aos interesses coletivos, nada operam em favor do povo, repetindo os velhos vícios das oligarquias patronais, alimentando assim, os seus tutores políticos regionais seguidos das práticas corruptivas. Nesses termos, as políticas públicas se reduzem em bravatas midiáticas virtual ofuscando a realidade e embotando a consciência dos eleitores. Esta política estropiada, casada com o despreparo técnicos dos operadores mais ainda a falta de um projeto de Estado assentam-se numa prática carismático-plebiscitária do patronato político promotor de eventos e gestos messiânicos típico dos governos populistas, reduzindo o cidadão em mero pedinte.
Está praga política se dissemina ainda mais quando a desigualdade social impera e, consequentemente os males sociais se multiplicam, excluindo as pessoas de usufruírem da melhor escola, da saúde, da segurança, da habitação, da empregabilidade, da cultura e da ciência. E para não deixar a corda quebrar, os políticos e governantes corruptos são orientados a investirem na mídia, multiplicando seus feitos isolados em aparente política de Estado, convencendo os tolos por alguns instantes a acreditarem que o que prometem fazem e o que dizem acontecem, apostando no convencimento de seu carisma e na impunidade como salvo conduto as próximas eleições.
Cansado do zero a zero, o povo bestializado pode quebrar as barreiras e invadir o campo, transformando a tolice em loucura e quem sabe criando as condições favoráveis para as mudanças estruturantes. Às vezes não, o estranhamento do presente faz com que o povo prefira voltar à opção do passado que arriscar-se em novas opções partidárias seja para o parlamento como também ao poder executivo. Eis o legado que um governante e político falastrão podem deixar para história.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do Projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.        

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