O boato da suposta prisão do
ex-prefeito de Iranduba, José Maria Muniz, pela Polícia Federal (PF), em sua
residência, na Estrada da Ponta Negra, foi desmentida pela esposa de Muniz, a
empresária Eliana Loureiro. A reportagem do BLOGdaFLORESTA entrou em contato
com a empresária, depois de se dirigir à PF. (Fonte: blog da floresta)
Um espaço democrático para idéias e críticas. Onde a política é tratada de forma séria e inteligente.
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sexta-feira, 1 de junho de 2012
Balzac e a enchente recorde
O toque de humor de Honoré de Balzac é um
fator indelével de sua literatura, como mestre francês de indizível primor
criativo, daí sua vasta influência na literatura mundial. Balzac até na
enchente recorde, comparece na verve de nossos comerciantes que estão vendo os
lucros sair pelo ladrão. A água está tomando conta de tudo, até da cuca da
nossa população. Ainda bem que não são de todos.
Nesse vai e vem, um dia desses uma senhora de
idade caiu com uma criança de uma passarela improvisada do SOS ENCHENTE, aliás
aplaudo aqui o Amazonino pela criação
dessa ação emergencial que está ajudando a população manauara a enfrentar o
fenômeno dessa enchente recordista.
Também a picardia se espalha na cabeça do
povo, criando soluções esdrúxulas que lembram Don Quixote lutando contra
moinhos imaginários e nessa assertiva, escuto ao passar pelas lojas e vendas
alagadas, um turco esfalfado de alegria íntima falar em alto som: “Poderíamos
nós, comerciante, logicamente com apoio da prefeitura, criar aqui para o bem do
comprador e do comerciante, o transporte fluvial de catraia, por exemplo, do
relógio até a praça que já está se alagando e da alagada Manaus Moderna, até a
Barão de São Domingos, com volteio para atender o povo do interior que vem comprar
nas lojas da beira rio. Cada passagem a R$1,00 - ida e volta o gajo pagará 2
reais. Isso em promoção do Dia dos Namorados, com os casais de pombinhos
fazendo as compras em gôndolas venezianas, tudo romanticamente adaptado tendo
em B.G. aquela música orquestral belíssima de Paul Mauriat, trilha do filme
Anônimo Veneziano”. Que beleza, turco!
Bem amigos, quando ele (o gajo) falou, logo
vi que o turco era um português da China, parecidíssimo com o nosso Armando que
já foi pro céu. Deus o tenha; que diga a dona Lourdes e crianças.
Mas olha que a idéia da canoa não é tão ruim
assim, exatamente porque nas áreas ribeirinhas atingidas pela enchente recorde,
há mais de 126 mil pessoas, sofrendo agruras sociais; um batelão de comida,
água potável e remédios, seria uma ótima solução in loco, já que nem caminhão
está podendo chegar nessas localidades.
Acho que o miolo do turco chinês português
deu um turco-circuito, daí sua idéia balzaquiana de minimizar as agruras da
enchente ser bastante razoável, pois já diz um antiguíssimo provérbio chinês:
“se queres conhecer o rio, penetra nele.” Foi isso que a velha fez com a
criança, coitadas.
Pois bem, seu turco, para mim sua idéia foi
brilhante. O que não é brilhante é falar em manejo sustentável na Amazônia e
levar essa idéia de jerico pata a RIO+20. Oras bolas! A floresta amazônica é uma
singularidade planetária. Sustentabilidade aqui é conversa de doido com
psicopata, pois nossa biota florestal é produto sistêmico de confluente
homeostase. Por isso a enchente está dando pelas canelas.
Alô, cientistas vizinhos e experts de Trás Os
Montes, corram, peguem o dicionário, e depois a gente conversa sobre a Amazônia
e a sabedoria turca. Aliás, esse troiano lusíada manja de comércio pra burro. Uma
idéia cabocla cercada de água, humor e Balzac por todos os lados.
Alexandre Otto,
é
poeta, membro do
Clube
da Madrugada.
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