Frias
e duras como o Dr. Hannibal Lecter, psicopata dum filme de sucesso, as duas
harpias olhavam para a anciã com desdém. Aí o gringo fala de novo, e o Amazonas
vai pra merda...
É lastimável a decadência da sociedade
amazonense, no que se refere às raízes culturais e identidade amazônica,
fatores intrínsecos na formação histórica de um povo, coisa que estamos
perdendo diante do decadente comportamento da nossa gente, Isto é o povo
naufraga no meio de um m,ar social
abrupto e alienado. Herança política.
Essa absurda realidade escancara o paradigma
da corrupção em que a sociedade brasileira está metida, senão vejamos, somos o
pais em segundo lugar em injustiça social, só perdemos para Bot swana, detentora do primeiro lugar e o Brasil é o campeão mundial
de miséria, segundo a UNESCO, legado da ditadura, Collor, FHC e Lula.
Certa vez em Tefé, observei uma moça
perguntado para um peixeiro, se uma cambada de jaraqui era de robalo, o dito
dono da banca resmungou: “não foi
roubado não, moça, é 3 reais, a cambada
de 20”.
Essa linda cidade também possui inúmeras
pizzarias de primeiro mundo, mas nenhuma peixaria, aí é que entra o caboclo
metido a gringo, nossa boa gente ficou pávula e tem vergonha de ser descendente
de índio e caboclo, é verdade.
Maldição
de perda de identidade e zelo pelas nossas coisas, começou há muito tempo, mas
o caldo engrossou de Gilberto pra cá, como diz o senador Evandro Carreira, um
gênio amazonólogo esquecido por todos.
Junto com a face amazônica também perdemos o
perfil da educação e a gentileza do caboclo que trazíamos na alma e que era um
destaque antropológico do povo amazonense que construiu no meio da floresta a
Paris das Selvas, hoje metrópole dos
Camelôs e de políticos alienados e
espertalhões.
Digo isso porque lembro das famílias educadas
que ensinavam seus filhos a respeitarem os mais velhos e o dinheiro alheio.
Hoje, vi no ônibus, duas senhoras ainda jovens
sentadas com seus filhos e uma velinha de uns 90 anos ou mais, balançando pra
lá e porá cá dentro do veiculo, e nenhuma das duas figuras agudas como facas
sociais, pôs os filhos no colo, para que a velha escapasse dos arrancos do
motorista enlouquecido. Frias e duras como o Dr. Hannibal Lecter, psicopata dum
filme de sucesso, as duas harpias olhavam para a anciã com desdém. Aí o gringo
fala de novo, e o Amazonas vai pra merda, pois a alma boa da nossa gente de
coração grande como a floresta, está indo embora, como uma turbina de merda
espavorida.
Alexandre Otto,
é
poeta e membro
do
Clube da Madrugada