Ademir Ramos (*)
Na coletiva de imprensa, quinta-feira (27), quando
anunciava os nomes que iriam compor o seu secretariado, o prefeito Artur Neto
(PSDB) esqueceu por completo a pasta da Cultura. Deu um branco no prefeito
deixando os agentes, artistas e produtores culturais preocupados com o que
viria depois. Passado o susto, na listagem do segundo escalão constava o nome
de Inês Daou, para dirigir a Agência Municipal de Promoção Cultural e Turismo.
De imediato os militantes da Cultura no município
começaram a se perguntar que diabo era aquilo e passaram a lembrar da
trajetória de luta para se criar a Secretária Municipal de Cultura, em respeito
aos trabalhadores da Cultura de Manaus e, em cumprimento ao mandamento da
Constituição Federal (CF), que criou o Estatuto da Cultura como determinação
de política de Estado.
Na forma do ordenamento constitucional, a Cultura
está contemplada na Seção II – após a Educação – seguida dos Artigos 215/216,
ganhando autonomia de políticas públicas. Nesta perspectiva Fernando Henrique
Cardoso, Lula e Dilma Rousseff fizeram investimento na cultura, formulando
política de cooperação federativa amparada no Regime de Colaboração conforme os
ditames constitucionais.
Além dos postulados legais em defesa da Cultura é
necessário esclarecer que para um governante de visão, a política cultural não
se reduz ao desperdício e nem tampouco a farra do Erário. É Claro, que o
ordenamento dos meios faz-se necessário, mas sem prejuízo de solução de
continuidade das ações em curso. Feito isso, azeita-se a maquina, cria-se
condições favoráveis para novos investimentos tanto do governo federal como das
agências privadas. Mas, não foi esta a compreensão da equipe do novo prefeito
de Manaus, conduzindo Artur Neto a vacilante decisão, que se não reparada
provocará graves perdas para Manaus quanto à cultura material e simbólico,
representando um retrocesso enquanto gestão de políticas públicas em se
tratando de uma região metropolitana com um dos maiores orçamentos do norte e
nordeste.
Insatisfeitos com arranjo apresentado pelo prefeito quanto à gestão do seu governo. O Coletivo Difusão botou a boca no trombone chamando os trabalhadores da Cultura para uma ampla discussão presencial e pelas mídias sociais, tentando compreender o que foi que rolou nos bastidores do poder para tal mudança de rumo. O movimento cultural do estado empoderado das lutas sociais combatidas nas Conferências Estaduais e Municipais, do amplo debate para elaboração do Plano Municipal de Cultura, bem como da Frente Parlamentar de Cultura do Estado, quer compreender as justificativas legais e para tanto formula algumas questões que podem orientar o diálogo entre as partes.
Insatisfeitos com arranjo apresentado pelo prefeito quanto à gestão do seu governo. O Coletivo Difusão botou a boca no trombone chamando os trabalhadores da Cultura para uma ampla discussão presencial e pelas mídias sociais, tentando compreender o que foi que rolou nos bastidores do poder para tal mudança de rumo. O movimento cultural do estado empoderado das lutas sociais combatidas nas Conferências Estaduais e Municipais, do amplo debate para elaboração do Plano Municipal de Cultura, bem como da Frente Parlamentar de Cultura do Estado, quer compreender as justificativas legais e para tanto formula algumas questões que podem orientar o diálogo entre as partes.
De pronto quer saber qual o objeto da Agência, o
que significa politicamente promoção. Qual a diferença entre uma Secretaria
Municipal e uma Agência. O Presidente, Diretor ou Secretário da Agência terá
autonomia financeira ou estará vinculado a outro órgão. Quanto à questão
orçamentária – como vai funcionar no dia a dia a Agência. Como fica a situação
dos projetos em trâmites na Secretaria. Como se dará a relação com o movimento
cultural e quais os programas e projetos a serem formatados. Em suma, os
trabalhadores da cultura querem conhecer o conceito, a forma e os procedimentos
legais da tal Agência Municipal de Promoção Cultural e Turismo, devendo ter
acesso ao marco regulador que rege o pleno funcionamento do órgão.
Com a
palavra o senhor prefeito Artur Neto.
(*) É
professor, antropólogo, coordenador do Projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.