No Amazonas, com a recriação do CIMI, em 1978, convivemos
fraternalmente com Dom Tomás, com quem discutíamos as estratégias de
resistência dos povos indígenas enfrentando todo tipo de ameaça vindo de variadas frentes, inclusive da
Arquidiocese de Manaus e Congregações Religiosas, que tudo faziam para
obliterar o trabalho dos missionários comprometidos com a defesa e garantia das
terras indígenas, sua cultura, sua espiritualidade, educação e, sobretudo, o
fortalecimento de suas organizações contra o esbulho da Ditadura, que contava
com apoio dos latifundiários, das mineradoras e dos megaprojetos financiados
pela SUDAM à época. Dom Tomás foi e continuará sendo para todos nós a
resistência e a esperanças, no avanço dos Direitos Humanos e na afirmação de um
Brasil livre e soberano. Com o seu encantamento aumenta ainda mais a nossa
determinação de lutar pela garantia dos Direitos dos Povos Indígenas, por Terra
para todos e pela efetivação de uma Justiça Agrária no Brasil, contemplando a
realização da Reforma e Política Agrária centrada na produção familiar, na
liberdade e no desenvolvimento humano.
A nota do CIMI dá conta, que no dia 02
(sábado) de maio, às 23h30, veio a falecer o incansável guerrilheiro das
grandes causas da humanidade. Profeta e conselheiro, estrategista e sonhador,
Dom Tomás foi um homem de muitas causas. Enquanto mensageiro do Evangelho,
nunca se deixou limitar pelas fronteiras, ultrapassou todas elas para defender
a vida. Nessa sua missão transfronteiriça assumiu as lutas dos povos indígenas
como uma das suas prioridades. Por essa razão, percorreu todo o Brasil para
apoiar as justas reivindicações dos povos originários em defesa de seus
territórios tradicionais e de suas formas próprias de vida. Depois de ter
participado da fundação do Cimi e ter exercido a função de vice-presidente e
presidente, tornou-se padrinho honorário da entidade. Sua partida deixa a todos
nós saudade provocada pelo sentimento de perda, mas nossa certeza na
ressureição nos consola e nos torna conscientes de que seu compromisso com a
causa dos indígenas, assim como com a causa de todos os povos agora será
eterno.
Informações sobre a celebração de despedida:
O Corpo foi velado na Igreja São Judas Tadeu,
no Setor Coimbra, em Goiânia, até às 10 horas de domingo (03) momento em que
será concelebrada a Eucaristia, e logo em seguida será transladado para a
cidade de Goiás, onde será velado na Catedral até às 9 horas da 2ª feira, dia
4, e logo em seguida será sepultado na própria Catedral.
Os amigos e companheiros de luta podem
manifestar o seu pesar e dor aos amigos de caminhada de Dom Tomás Balduíno:
Telefones para Contato com Frei José
Fernandes ou Vilma: 62 9611 12 13, 62 9636 9418, 62 8103 0324. WWW.NCPAM.COM.BR