A praça hoje
exibe uma aparência agradável onde as famílias alenquerenses sentem se a
vontade para apreciar as atrações culturais
CUBINHA era o apelido
que a cidade de Alenquer, a Terra de Ximangos, tinha no período da DITADURA
MILITAR. Cidade de gente como Benedito Monteiro, advogado, escritor,
compositor, jornalista, Deputado Federal do PTB de João Goulart. Bené, como era
conhecido, teve seu mandato cassado pelos MILICOS, fugido para as matas do Vale
do Rio Curuá, foi preso pela Ditadura e levado como um troféu para a capital,
Belém.
Bené tinha uma
capacidade de liderar como poucos, em Alenquer,
entre tantas ações, criou um clube de futebol que levou o nome de
INTERNACIONAL, com a cor Vermelha preponderantemente, e com seu hino fazendo
menções à IGUALDADE, JUSTIÇA SOCIAL, e outras palavras proibidas pela Ditadura,
além do ritmo lembrar muito o hino da INTERNACIONAL COMUNISTA. Por tudo isso e
muito, muito mais, a cidade de Alenquer no Oeste do Pará teve a honra de ser
chamada de A CUBINHA.
É esse fato
histórico, entre outros, que estão no estudo histórico que ontem reunimos para
celebrar. O Golpe Militar de 1964 é talvez um dos episódios da vida brasileira
mais estudado, com farta disposição dos saberes científicos em todas suas
dimensões. Para somar a esse conjunto de percepções e saberes, tendo uma realidade
específica, a Terra de Ximangos como cenário (Município de Alenquer no Oeste do
Pará), minha amiga, companheira de lutas de longas datas, a historiadora Áurea
Nina Monteiro veio à Manaus lançar seu livro OS SILÊNCIOS DA CUBINHA: O GOLPE
MILITAR DE 64, EM ALENQUER.
Essa é uma história
interessante não somente aos Ximangos, mas a todos aqueles e aquelas que se
interessam pelo tema, e que terão a leitura da realidade histórica especifica
de uma cidadezinha no interior profundo deste Brasil. Se sob os holofotes da
crítica, da mídia, da intelectualidade nacional os horrores eram cometidos,
imagine em lugares onde a comunidade internacional não tinha olhos.
A Centro Cultural
Casa do Parente neste sábado, dia 08/11/2014, foi o ponto de encontro da
Ximangada. Momentos de alegria, reencontro, um bom papo, e as histórias e
estórias da Terra de Ximanga Encantada.
Não faltou a boa
música Amazônia nas ‘palinhas’ de Nícolas Junior, Edilson Santana, Gonzaga
Blantez, Tony Lessa, e Rochinha. Para matar a saudade da terrinha, o Acarí foi
quem reinou nos pedidos da cozinha. O espaço foi de reencontro político Ximango
também, os bons papos com Arteiro, Áurea Nina e Frei Juracy, pré candidatos à
Prefeitura Ximanga.
Foi um dia memorável!
Por: Alex Ximango