Na
cidade de Manaus é chuva até o tucupi, e isso vai amolecendo as barrancas e
encostas, gerando o inevitável desmoronamento incidental.
Quem não se lembra daquela presepada quando
Amazonino foi à invasão na Zona Norte, onde desabara uma barreira em cima de
casebres, e foi interpelado por uma
moradora do local que disse ao prefeito que permaneceria morando na invasão,
apesar de ter consciência do perigo,
foi então que o prefeito vaticinou dizendo àquela paraense sofrida, quando a mesma
teimava em replicá-lo: “Então morra, morra!” Esse gesto fora de tempo,
tirou-lhe a reeleição e deu uma dor de cabeça sem fim nesse líder popular.
Agora é inverno, e o pé d’água não para de
cair na cabeça do povo. Na cidade de Manaus é chuva até o tucupi, e isso vai
amolecendo as barrancas e encostas, gerando o inevitável desmoronamento
incidental, como se a população já não roesse beira de sino diante do abandono
das autoridades.
A Câmara Municipal poderia criar uma comissão
de vereadores e técnicos para visitar esses inúmeros locais que se espalham
pela cidade como armadilhas, prontas a disparar agonia principalmente à nossa
gente pobre que se acocoro nas ladeiras suburbanas. O eleitor espera dos
eleitos, algum gesto de municipalidade.
E por falar em municipalidade, essa é a maior
atribuição dos vereadores. Dou um puxão de orelha nos mesmos, porque o chuveiro
em Manaus não está sendo fácil e a população mais humilde é quem paga o pato.
Gosto de ver os vereadores Mario Frota e Waldemir
José , os únicos que metem a cara junto aos problemas de nossa gente in
loco, preferindo a angustia do povo nos
bairros percorridos por ele, por isso pouco estando no gabinete. Mário Frota e Waldemir, quando botam a boca no
trombone denunciando a corrupção. E o resto, et caterva, o rato comeu.
Seria bom os dois edis impolutos se unirem num
dueto como Pancho Villa e Zapata, na luta incansável em defesa do povo, pois as
áreas de risco vão desabar diante de tanta chuva que está caindo nessa nossa cidade linda e molhada de amor. Linda e abandonada e
sedenta do carinho de alguém que a ame com as forças políticas de seu coração.
Alexandre Otto,
é
poeta e membro do
Clube
da Madrugada