Quinze minutos após a ingestão daquelas duas bombas
ninjas de bactérias, o gerente correu lépido e não sabia se cagava ou vomitava
o dito. Nunca mais quis provar as guloseimas infectas.
Abandonada pelas autoridades
amazonenses, principalmente pelas instituições do setor de saúde, que viraram
de costas para o diagnóstico e tratamento da Santa Casa de Misericórdia de
Manaus, é a única maternidade no Brasil que não teve, até hoje, um
posicionamento real de reforma infra-estrutural. E ela tem história junto ao
povo do Amazonas.
E quantos amazonenses da
gema viram a primeira luz no espaço de sua maternidade? Tantos e tantos. Acontece
que mesmo o vereador Mário Frota, edil incansável em buscar sua abertura para
atender a população, principalmente os nossos irmãos ribeirinhos, que teriam
sua proximidade da chegada dos barcos que vem do interior, como uma resultante
pródiga e espacial lógica. Os outros pontos de atendimento de saúde ficam
longe, excetuando-se aquele da Getúlio Vargas.
Mário cansou de bater na
mesma tecla. A gota d’água bateu na pedra da sensibilidade política, mas não
furou. Até a mídia omitiu-se de cacetear o cocuruto de uma sociedade alienada
que está pegando a síndrome dos três macaquinhos.
E, o que é pior, agora
inventaram de transformar o espaço da Santa Casa em Fast Food. Tem um intruso
preparando bolinhos de polvilho e trigo sarraceno, recheado com corn beef, um
petisco insólito, que em estilo dark, pode matar incautos comedores apressados
de salgadinhos, acompanhados de suco de ameba. É isso mesmo, secretário de
saúde e a quem de direito, dêem uma busca nessas instalações, que esse pessoal está
querendo matar o povo do Amazonas envenenado.
E por falar nisso,
relembro um velho vendedor do Lanche Mug, que era lá na praça da Matriz. O dono
era o Belota, gente nossa. Nossa turma, Nestor Nascimento, Anibal Beça, Mário
Antônio Shusman, Juiz Valdir Garcia, grande poeta Luis Bacelar, Maestro Dirson
Costa, Novelino, Alfredo Fernandes, senador Áureo Melo, e outros mais
eloqüentes, costumávamos bater um papo, e tomar ali um cafezinho amistoso.
Cetra vez o gerente do
Mug, repreendeu um freguês que teria dito que o quibe servido estava passado,
coisa logo retrucada pelo gerente que, na hora, comeu dois desses petiscos
insalubres, num sorriso. Quinze minutos após a ingestão daquelas duas bombas
ninjas de bactérias, o gerente correu lépido para o banheiro, não se sabendo se
cagava ou vomitava o dito. Verde como uma folha de alface, no outro dia o
gerente nunca mais se arvorou em provar tais guloseimas infectas que ainda hoje
são servidas ali nas dependências da Santa Casa de Misericórdia. Non sense. Até
Salvador Dali se arrepiaria com tanto surrealismo manauara. Alô Omar, vamos
salvar a Santa Casa!
Alexandre
Otto,
é poeta e membro do Clube da Madrugada.
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