No
Amazonas, o Jaraqui é um peixe de raro sabor apreciado não só pelos excluídos
socialmente, por ser mais em conta, mas também pela classe média, em se
tratando de um fino prato com sabor incomparável. O Jaraca, assim também
chamado, se perpetuou não só nas mesas do dia-a-dia, como também na arte de
Mario Adolfo, nas páginas do Curumin. Ainda mais, na iconografia
do Amazonas, o Jaraqui é um dos ícones identitário do manauara, que povoa o
imaginário coletivo dessa gente do Amazonas. Na política ganhou força por
alimentar também a esperança de nosso povo através do Projeto Jaraqui, criado
no final da década de setenta em defesa da democratização do país e da nossa
Amazônia, posicionando contra a transamazônica, a construção da hidrelétrica de
Balbina e os projetos faraônicos plantados na região pela ditadura militar.
Atualmente, o Projeto Jaraqui retomou suas atividades pela Limpeza
ética na Política se fazendo presente todos os sábado no mesmo lugar do
passado, na Praça Heliodoro Balbi, na República Livre do Pina, das 10 às 12 h,
botando lenha para esquentar o caldeirão da política, exaltando os políticos
responsáveis e queimando os corruptos que se alimentam da miséria do povo. Por
isso, aprovamos em praça público nossa Carta de Princípio que fazemos
questão de publicar para deixar claro que se trata de um Movimento Social, uma
tribuna livre conectada com múltiplas forças populares sem cor, credo ou
bandeira partidária. Nosso objetivo é fortalecer o Movimento Popular investindo
na formação e organização de lideranças como instrumentos de controle social,
valorizando a Liberdade de Imprensa, o Ministério Público, as Redes Sociais,
entre outras ferramentas.
CARTA DE PRINCÍPIO
O Movimento Social enquanto frente de luta e
organização popular conquista a cada dia novos espaços, exercendo a soberania
participativa contra grupos e forças particulares que buscam reduzir o Estado
aos interesses familiares ou empresariais, alimentando-se da miséria e da
ignorância do nosso povo. Para dar um basta a estas políticas de exploração e
dominação se faz necessário mobilizar forças representativas dos diversos
segmentos sociais para juntos enfrentarmos os desmandos políticos e
governamentais que tem contrariado à vontade do povo do Amazonas e da nação
brasileira. Neste contexto das lutas sociais está inserido o Projeto Jaraqui,
que refundamos neste dia com propósito de promover as discussões para garantir
os Direitos Coletivos de nossa população seja do interior ou da capital, dos
rios ou das florestas, das pessoas e da biodiversidade que nos cerca. O
Projeto Jaraqui é este Fórum da Cidadania que nasceu em Praça Pública há
trinta anos, contando com a participação de representações populares da
cultura, do operariado, dos políticos responsáveis, professores, estudantes,
escritores, movimento das mulheres, índios, negros e lideranças
socioambientais, entre outras. Se no passado lutávamos pela Democratização do
País, hoje nos posicionamos contra a corrupção, os políticos ficha suja, o
descaso e desmando operante contra a nossa Amazônia, a se manifestar pela
cobiça do capital quanto à exploração dos recursos ambientais e seus serviços,
na perspectiva da insustentabilidade, empobrecendo o meio ambiente e a
qualidade de vida das pessoas no planeta. Este combate deve ser
suprapartidário feito por agentes responsáveis capazes de assegurar a prática
Democrática do Estado de Direito assentada na participação popular, nas
eleições limpas, no fortalecimento do Movimento Social, dos Partidos Políticos
programáticos pautados na ética da responsabilidade, na defesa da Amazônia de
forma sustentável e socialmente justa, na garantia dos Direitos Fundamentais,
na construção de uma cidade sustentável e humana, em articulação com as
políticas públicas sob o controle do movimento social. Os princípios aqui
lavrados em Praça Pública devem sustentar os debates, as propostas e assegurar
a todas e todos a plena participação no encaminhamento das discussões e
formulações das ações em defesa da Qualidade de Vida no Planeta. Para esse fim,
é necessário que haja uma coordenação dos trabalhos que conduza, oriente,
promova e a articule o fortalecimento do Movimento Social se assim for à
vontade da maioria. Assembleia Popular, realizada em Manaus, capital do
Estado do Amazonas, na República Livre do Pina, na Praça Heliodoro Balbi,
sábado, dia 28 de abril de 2012.
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