“Todo o poder emana do povo”
Ademir Ramos (*)
As eleições é
o espetáculo da Democracia. Nessas horas, o povo se faz dono da situação, detém
o controle de campo, fazendo valer a sua vontade. Por isso, em todas as Cartas
Republicanas está lavrado que “todo o poder emanado povo”, sepultando o domínio
das oligarquias e das aristocracias, construindo plataformas sobre a vontade do
povo numa perspectiva política revolucionária.
O marco histórico dessa manifestação remonta a
Revolução Francesa, no século XVIII. No Brasil, inaugura-se esse movimento a
partir da Proclamação da República à revelia do povo, que além ser explorado
economicamente é subjugado politicamente pelos coronéis de barrancos,
expropriando do povo o sagrado de direito de se manifestar como pessoa livre e
sujeito de direito.
A revolução de 30 inaugura no Brasil uma nova ordem
social, garantindo ao povo certas conquistas que iriam nortear as lutas sociais
pela reforma agrária, direitos trabalhistas e pelo voto livre como práticas
emancipatórias, visando o reconhecimento e controle do Estado pelas forças
populares como forma de descentralização do poder e combate a perversa
desigualdade social.
Nesse combate popular, as forças dominantes nunca
deixaram por menos. Seja no Estado Novo, em 1937 ou no golpe militar de 64, a
camarilha do poder tudo fez para manter o povo no tronco, sangrando, fazendo
tudo para que a nação brasileira recorresse aos seus favores e assim pudessem
afirmar o seu ato heroico e salvador, batendo no peito que sem eles (golpistas
e militares) o povo seria lesos e bestializado.
Das últimas conquistas asseguradas pelo povo
brasileiro, contrariando os interesses da camarilha corrupta e viciada,
destaca-se o processo das Diretas Já, a Assembleia Nacional Constituinte e a
Proclamação da Constituição de 1988. De lá para cá conseguimos emplacar a Lei
de Responsabilidade Fiscal, a Lei contra Corrupção e a Lei da Ficha Limpa.
Ainda é pouco é necessário que o povo continue a sua trajetória de luta
passando a limpo os poderes constituídos, moralizando as instituições e
redirecionando as políticas públicas para o cumprimento dos interesses do povo,
em particular dos excluídos, como forma de se promover a distribuição da
riqueza tão acumulada nas mãos de poucos que chega a afrontar a dignidade da
pessoa, a reclamar por Justiça Social.
Esta marcha em forma de avanço deve continuar e
saiba muito bem que depende unicamente do teu voto. É assim que se faz valer a
vontade da maioria no processo democrático. Por isso, o voto não tem preço, o
seu valor é incalculável, quando se trata de confirmar nas urnas o nome do
candidato que vai governar o nosso município, assim como também dos candidatos
que irão assumir a Câmara Municipal. Está em jogo à qualidade dos poderes –
executivo e legislativo – e só tu, somente tu, é o responsável. Portanto, não
se deixe enganar por promessas mirabolantes faça a sua parte, semeando o bem
para que no presente e no futuro possamos viver dignamente, assegurando a todos
(as) políticas públicas de qualidade em atenção e respeito a nossa gente.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do
NCPAM/UFAM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário