Dia 17 de novembro (sábado) o
Projeto Jaraqui vai homenagear o advogado, ativista e defensor dos Direitos
Humanos, Nestor Nascimento, em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra
e o Dia de Zumbi dos Palmares - que será festejado no dia 20 de novembro. Presente
ao evento várias entidades defensoras dos Direitos Humanos e da Cultura
Afro-Brasileira.
Há seis anos o Amazonas perdeu Nestor Nascimento - um dos baluartes da
luta pelos Direitos Humanos em nosso estado.
Era
Outubro de 1998, o companheiro Nestor Nascimento chegava a Manaus depois de
passar quinze dias nos Estados Unidos, a convite dos Ianques onde proferiu
várias palestras em Universidades sobre o tema Direitos Humanos.
Após sua
chegada conversamos e decidimos, juntamente com um grupo de amigos, realizar
nos dias 9 e 10 de dezembro 98, seminário em comemoração aos 50 (cinqüenta)
anos de assinatura da Carta Universal dos Direitos Humanos.
Foram
dois dias de discussões sobre temas que, após doze anos, ainda estão muito
atuais como: O jovem, o deficiente e o idoso, suas dificuldades de inserção no
mercado de trabalho; Minorias étnicas problemas e soluções; Direitos Humanos e
suas garantias constitucionais; A qualificação profissional dos detentos nas
unidades prisionais, com objetivo de inseri-lo no mercado de trabalho e outros temas que o tempo se encarregou de
apagar de minha memória.
O local
do evento foi o auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) secção do
Amazonas. Ao final dos debates preparamos o que chamamos de ‘Carta Manaus’, com
conclusão dos vários painéis - material este que foi encaminhado para o governo
do Estado e Prefeitura de Manaus, com o objetivo de colaborar e sugerir
soluções dos problemas.
Após
treze anos, pouco ou quase nada foi feito na área de Direitos Humanos, em nosso
País. O que vemos hoje é a violência campeando cada vez mais as penitenciárias
superlotadas, o idoso sendo desrespeitado todos os dias, o deficiente sem uma
política pública séria para inseri-lo no mercado de trabalho. Como diria minha
avó: “esse negócio vai de mal a pior”.
Há cinco
anos o Amazonas perdeu dois grandes baluartes da luta pelos Direitos Humanos em
nosso estado, que foram Nestor Nascimento e Zeno Lanzini, a quem presto
homenagens quando da comemoração dos 63 anos da Declaração Universal de
Direitos Humanos.
Entendo
que as organizações sociais em nosso País terão que avançar cada vez mais buscando a defesa da
cidadania e o postulado da liberdade com
o despontar dos 63 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos -
acontecimento que deve ser compartilhado pelo variado leque étnico de toda a
raça humana.
É obrigação
das sociedades livres, zelarem pelo ideal fraterno plantado pelos pioneiros que
na aurora das conquistas sociais amanheceram para as populações injustiçadas, a
claridade do direito para todos, essencialmente o primado do direito e da
justiça, levando a todos os países e povos, uma nova jornada em busca da
justiça e o loquaz compartilhamento de uma nova ordem social onde cada membro
tenha como todos o mesmo direito de ir, vir, e permanecer em sua inteira
vontade, desde que também não provoque constrangimento a outrem. É o que vemos
em todas as cartas magnas da maioria dos países civilizados.
Infelizmente,
após 63 anos de trajetória histórica, a Declaração tem encontrado barreiras
sombrias que tentam obstruir a caudal luminosa de seu conteúdo libertador, a
água civilizadora que mata a sede das sociedades em que ainda a tirania afoga
as multidões no lodaçal dos interesses políticos nauseabundos que permeiam
principalmente os países em desenvolvimento, onde a injustiça campeia
pisoteando os direitos das minorias, principalmente demonstrando por meio da
ineficácia dos poderes constituídos, a ausência do Estado. Nessa dimensão
constatamos uma insólita resultante: péssima educação, agônica saúde,
catastrófico transporte e corrupta segurança, a própria polícia assaltando o
cidadão, que estarrece em pânico sem ter para quem apelar.
Hoje o
mundo explode sob a violência generalizada. A decadência e o vicio, são
vomitados pela janela da TV direta nos olhos inocentes de nossas crianças. Na
outra margem do rio social, os idosos também sofrem discriminações de toda
espécie, e o rio dos inocentes segue combalido o seu itinerário de vítima e
mártir, esperando que uma sociedade madura, distinga entre a criança e o velho,
o eixo indelével de todo as sociedades.
Resta darmos
as mãos e plantarmos em nossos próprios corações, a verde semente da
Declaração, que reflorestará não só os povos da Amazônia, mas todos os povos do
planeta Terra, nos rumos livres do novo milênio.
Por: Paulo Onofre
Jornalista
(MTb 467)
Jornal
Tribuna do Iranduba
Matéria
Veiculada neste blog no dia 12 de novembro de 2011
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