Isso
vai ser dureza para o Arthur resolver, a não ser que ele use a sua diplomacia
evidente e solucione o problema sem rolo compressor.
Não puseram um freio na expansão do problema
dos camelôs em nossa cidade, e agora a coisa ficou preta, parecendo até aquela
bolha de lixo flutuante do Pacífico que é tão grande que é vista do espaço,
assim é o efeito desastroso do mercado persa em que se tornou o centro de
Manaus.
No Natal e Ano Novo, a população caminhava - e
caminha - até agora, entre carrinhos de mão de mingau variado, vendedores de
guloseimas de toda espécie, e fogueteria esparsa. Um velhote me perguntou: “será
que é o Flamengo que ta jogando?” Respondi que não, mas a boca de fumo que
estava recebendo droga para ser vendida para os usuários. Os foguetes eram o
aviso.
Aliás, quem me falou nisso foi um agente da
Polícia Federal, enfatizando que quando se ouve papouco de fogos no ar, sem
comemoração evidente em risco, é a boca avisando que tem maconha, crack ou cocaína.
A demanda de fraturas sociais evidentes
ocasionadas pelo crescimento dos camelôs em nossa cidade, cresce mais do que
divida de pobre em financeiras que tomaram conta do mercado e do bolso do povo.
O sujeito faz empréstimo para pagar dívida e a conta se avoluma cada vez mais virando
um deus nos acuda.
A mesma síndrome acontece com os camelôs no
centro. E isso vai ser dureza para o Arthur resolver, a não ser que ele use a
sua diplomacia evidente e solucione o problema sem rolo compressor, afinal é um
político esmerado e sabe que nesse caso porrada não vai domesticar esse dragão
urbano.
Eu sempre disse que os camelôs estão situados
na última fronteira entre a cidadania e
a marginalidade por isso torna-se necessário ser cabível e “tem que endurecer, sem perder a
ternura, jamais!”, como disse Guevara, pois os camelôs são seres humanos e não
podem continuar abandonados e entregues à própria sorte.
Alexandre Otto,
é
poeta e membro
do
Clube da Madrugada.
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