Professor Élio Cordeiro, do Instituto Federal do Pará
Por: Ademir Ramos (*)
Atento a formação do capital intelectual na Amazônia
me deparei com a notícia nas páginas do http://www.chupaosso.com.br sobre a conclusão, no sábado
(23), das edificações da obra do Campus de Óbidos do Instituto Federal do Pará
(IFPA), foi uma grata surpresa carregada de várias interrogações,
principalmente, depois de ouvir a entrevista do futuro reitor do campus,
professor Élio Cordeiro, que muito falou e nada disse sobre os cursos a serem
ofertados aos jovens das terras dos Pauxis. Distante do meu torrão, mas
confiantes na inteligência local dos meus conterrâneos, fiquei a pensar se
seria possível construir um campus sem a clareza do estatuto dos cursos
equacionados a vocação desta privilegiada microrregião amazônica.
Se a hipótese for verdadeira os resultados serão
perversos. Explico: uma das mazelas sociais na Amazônia é a péssima qualidade
de nossa Escola Pública, impossibilitando que seus filhos possam concorrer em
pé de igualdade com outros agentes no território nacional. Ademais, não se trata de uma formação
intelectiva que incentive o processo migratório da inteligência local para os
grandes centros, mas, ao contrário se os projetos políticos acadêmicos
respeitarem a vocação de nossa gente e as demandas sociais dos comunitários, o
saber local torna-se valorizado, a ciência será instrumentalizada como meio
para captação de novos investimentos assentados no capital intelectual próprio
e diferenciado dos Puuxis, cumprindo dessa feita com a missão de promover a
pessoa na sua totalidade.
Ainda não quero acreditar e me recuso a pensar que
a obra é mais uma sacada dos lobistas da construção civil vinculado aos
interesses eleitoreiros fazendo a alegria dos políticos propineiros e de seus
aduladores. Se não for verdade recorro aos trabalhadores da educação,
lideranças estudantis, aos pais e mães de alunos, religiosos (as), agentes
públicos, parlamentares e lideranças sociais que promovam um Ato Solene na
Câmara Municipal para discutir e definir os cursos que queremos para
impulsionar o desenvolvimento local. Não aceitando a imposição de cursos de
duvidosa eficácia para desenvolvimento cognitivo dos jovens e muito menos
responda as demandas de nossa gente na perspectiva de afirmação da soberania
popular.
Pergunta-se: de quem era o terreno? Foi doação do Município,
era terra da União ou foi comprado de algum particular? Quanto custou a obra?
Qual foi a construtora que executou? A extensão da área construída – Quantas
salas de aula? Bibliotecas e laboratórios? Qual o corpo técnico e os
equipamentos para operar? E os cursos...
Estas e outras interrogações devem ser respondidas
para melhor analisar, avaliar e quem sabe nos apropriarmos desse bem como valor
para que realmente se transforme num centro de formação apto a formar novos
quadros com proposto de inovação e criação ancorada na sustentabilidade das
comunidades urbanas e rurais do nosso belo Município.
Minhas condolências a tradicional família Canto e
aos seus familiares pelo falecimento de seu patriarca, José Soares Canto
(Zezinho Canto). Soma-se a este ato o nosso pesar e tenho certeza que a
sociedade obidense se fará presente no féretro do senhor Zezinho, o seu corpo
será transladado de Belém para Óbidos, na segunda-feira (25), onde será
homenageado pelos seus amigos e parentes pelo homem de bem que foi deixando ao José Raimundo Canto, Alda Canto, João Canto, Alacid
Canto, Jr. Canto, Analice Pinheiro, José Pinheiro o legado moral que
acumulou em vida.
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