Roberto
Monteiro de Oliveira (*)
O guerreiro Ajuricaba
Os
historiadores da província para satisfazer aos interesses de seus mandatários
fazem tudo para desqualificar a história dos povos indígenas da Amazônia e das
Américas, chegando ao absurdo de afirmar categoricamente que os índios não
fazem história, reduzindo sua participação apenas como objeto da etnografia
colonial, castrando, terminantemente, a voz e os direitos históricos dessas
Nações. No Amazonas pouco ou quase nada se sabe sobre Ajuricaba, chegando ao
ponto de dizerem que se trata de uma figura lendária, como se fosse uma
invencionice diabólica para assustar os portugueses da Amazônia brasileira. O
texto do Professor Roberto Monteiro de Oliveira dá prova histórica desse
guerreiro Arawak, assim como das lutas travadas pelos Manaós contra os colonizadores
portugueses, particularmente, no território rebatizado com o nome de Rio Negro
e muito mais fatos podem ser encontrados nos arquivos do século XVII e XVIII,
no Museu Amazônico da UFAM. A negação da história e da cultura indígena no
Amazonas é tão gritante que os textos oficiais fazem questão de evidenciar o
lusitanismo identitário negando o ser manauara (manaós-ara – terra dos manaós)
pela afirmativa colonial de manauense, bem nos moldes das ordens pombalina que
tudo fizeram para apagar da Amazônia a toponímia indígena, bem como sua
cultura, o que não conseguiram pelo valor e coragem de homens e mulheres com a
mesma determinação e coragem do guerreiro Ajuricaba.
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