OK. Joaquim Barbosa perdeu, pediu para sair.
E o fez, presidindo a Suprema Corte, 11 anos antes de sua aposentadoria. É um
fato inédito. A primeira lição, mais visível e incontestável; não se enfrenta
impunemente a mão pesada do Estado, ainda mais sem pertencer geneticamente à
elite branca!
Ontem, com certeza, foi um dia de alegria a
todos àqueles que viram em JB a personificação da ingratidão, da ousadia, do
mal. E da falta de respeito às tradições históricas de um país que há mais de
500 anos aplica a Justiça apenas para os excluídos, os descamisados.
Punir colarinho branco é muita cara-de-pau,
ainda mais quando se hospeda nas suítes generosas do Poder. E, no entanto, fica
uma segunda lição. Existem vitórias que geram derrotas, e o seu contrário
também acontece. O Brasil, com todos os partidos, sem exceção, mergulhados em
malfeitorias, está carente de símbolos.
E JB, gostemos ou não, transformou-se num
símbolo. Este símbolo foi construído, a partir de 2005, quando sorteado como
relator do mensalão, sentando na boca do furacão. Em 2012 ele próprio virou o
furacão, ao condenar a cúpula do Governo Lula, mandando para a cadeia as
principais lideranças do PT.
O futuro deste símbolo, a Deus pertence, e
talvez os dois, ele e o Criador, nem mesmo saibam. Morto ele não está, podem
matá-lo, e não poucos o desejam, conforme já foi veiculado.
Num país que se derrama em lágrimas até em
partida de futebol, é possível que alguém esteja chorando pela derrota de JB. O
perigo é que esse choro se multiplique, se cristalize, e se transforme num
símbolo de resistência, num país que já não aguenta mais tanta corrupção
impune.
JB produziu um novo paradigma; mesmo com
colarinho branco, ao se envolver em malfeitorias, há o risco de se ir para a
cadeia. Parece pouco, mas é novidade em 514 anos de história.
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