O senador Alfredo
Nascimento, que se elegeu deputado federal, foi o que apresentou a maior
despesa com transporte aéreo.
MANAUS – Fazer
campanha no interior do Estado do Amazonas exige dos candidatos uma boa reserva
de recursos para o transporte aéreo. As distâncias tornam quase inviável o
deslocamento de barco ou carro para a maioria dos municípios. Mas esse não foi
um problema para a maioria dos deputado federais eleitos neste ano. Dos R$ 16,6
milhões gastos pelos oito parlamentares, apenas R$ 439.960,00 foram para
fretamento de avião ou passagens aéreas. E apenas metade dos eleitos apresentou
gasto com transporte aéreo na prestação de contas final, divulgada no site do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O gasto com
transporte aéreo representou apenas 2,65% do total de despesas dos eleitos.
O que apresentou a
maior despesa com avião foi Alfredo Nascimento (PR). Ele contratou a Cleiton
Táxi Aéreo por R$ 207 mil e a Rico Táxi Aéreo por R$ 25 mil, ou seja, R$ 232
mil em despesas com aeronave.
Átila Lins (PSD), que
quase perde o mandato conquistado em 2010 por problemas nas despesas com
transporte aéreo, desta vez apresentou gasto de R$ 194.165,00. O dinheiro foi
pago a quatro empresas: Amazonaves Táxi Aéreo (R$ 59.050,00), Cleiton Táxi
Aéreo (R$ 109.315,00), Rico Táxi Aéreo (R$ 22.000,00) e Rio Branco Aero Táxi
(3.800,00).
Quem também
apresentou gastos, mas insignificantes, foram os atuais deputados estaduais
Marcos Rotta (PMDB) e Conceição Sampaio (PP). Ele pagou R$ 3.995,00 à JC
Viagens e Turismo Ltda. Ela, pagou R$ 9.800,00 à Parintins Táxi Aéreo. Em ambos
os casos, os gastos são incompatíveis com as viagens que os candidatos fizeram
ao interior do Estado durante a campanha.
Sem despesas
Arthur Bisneto
(PSDB), o candidato mais votado da história do Amazonas, que fez uma campanha
milionária (R$ 5,55 milhões) não apresentou qualquer despesa com transporte
aéreo, apesar de viajar durante o período eleitoral para a maioria dos
municípios do interior do Amazonas, entre eles, Parintins, Humaitá, Tefé, Coari
e Borba.
Quem também não
apresentou gasto com transporte Aéreo foram os eleitos Hissa Abrahão (PPS),
Pauderney Avelino (DEM) e Silas Câmara (PSD). Na prestação de contas de Silas,
há uma “baixa de recursos estimáveis em dinheiro” no valor de R$ 50 mil que
seria pago para a Amazonaves Táxi Aéreo, mas a baixa significa que a despesa foi
cancelada.
Uma coisa é certa:
todos, sem exceção, viajaram e muito para o interior do Estado em busca de
votos. Caberia ao Ministério Público Eleitoral indagar como os candidatos
fizeram as viagens e quem pagou.
O caso Átila
Em 4 de janeiro de
2012, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas cassou o mandato do deputado
federal Átila Lins, a pedido do Ministério Público Eleitoral, que alegava que o
deputado não declarou na prestação de contas despesas com transporte aéreo. O
caso foi considerado prática de caixa 2.
Na ocasião, a
advogada de Átila, Maria Benigno, argumentava que o valor era insignificante e
representava menos de 2% do total de despesas do candidato na campanha.
Alegando que não houve o direito à ampla defesa, o candidato ingressou com Embargos
de Declaração no TRE e a cassação do mandato foi anulada.
Desta vez, as
despesas com transporte aéreo representaram 27,5% do total de gastos da
campanha de Átila Lins. Ele gastou R$ 706.103,00 dos quais R$ 194.165,00 com
fretamento de avião.
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