Ricardo
Morais e Elson Melo foram os grandes responsáveis pela criação de sindicatos
fortes no estado do Amazonas. Nessa época vários movimentos culturais foram
realizados, como o lançamento d’O Candiru, no bar do Armando, editado por Mário
Adolfo e Simão Pessoa (Mário Frota e Arthur Neto, na foto, aparecem
rejuvenescidos). Enquanto isso os sindicatos estavam nas ruas lutando pelos direitos
dos trabalhadores.
Lembro do final da década de 70 e começo
dos anos 80, quando o dia do trabalhador, 1º de maio, era comemorado com grande
alegria, mas também recheada de protestos, contra a inflação e baixos salários.
Vivíamos um período difícil, em plena ditadura militar, que procurava amordaçar
e calar líderes sindicais da época, dentre eles o recém eleito presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Amazonas, Ricardo Morais, Elson Melo e outros, foi uma eleição memorável,
que mudou o sindicalismo no estado do Amazonas.
Passamos a viver um novo momento. Anos
depois estes líderes sindicais foram afastados por divergências internas e o
que temos hoje são sindicatos apáticos, fora de foco eqüidistante do objetivo precípuo
da atividade que é a de brigar por melhores salários e condições de trabalho
para os seus associados.
Lembro da década de 80, quando eu era encarregado
do Departamento de Recursos Humanos de uma empresa no Parque Industrial de
Manaus. Naquela época, já a partir de junho, o sindicato da categoria começava
a fazer manifestações públicas em frente às fábricas quando os dirigentes
sindicais levavam a pauta para discutir com os trabalhadores. Com isso se criou,
dentre os operários, o interesse de participar das reuniões do sindicato onde
se discutia o Dissídio Coletivo de Trabalho.
Na década de 80 participavam cerca de 5 mil
associados nas reuniões sindicais. Nos dias de hoje os sindicatos aboliram essa
prática de ir para a porta da empresa, discutir com os trabalhadores a ampliação
de seus direitos. O dia 1º de maio passou a ser um dia de festa regada de
churrasco, cerveja e sorteio de prêmios. Os Sindicatos perderam seu objetivo
principal.
Os trabalhadores precisam urgentemente
reinventar o sindicato e torná-los - novamente - o porta voz de cada categoria.
(Por: Paulo Onofre) - Fotos: O Candiru: Mário Adolfo e Simão Pessoa
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