O DESAFIO DE
OMAR AZIZ:
NO AMAZONAS,
EDUARDO E AMAZONINO ESTICAM A CORDA
Ademir Ramos (*)
As eleições 2012 para a Prefeitura de Manaus comparam-se a um caminhão
descendo a ladeira. Pois, quanto mais acidentada for à estrada, maior é o tombo
dos concorrentes em direção a Convenção e a legalização de suas coligações e
alianças para garantir o status na disputa eleitoral, estando por hora
com a corda esticada entre o Prefeito Amazonino Mendes (PDT) e o ex-governador
Eduardo Braga (PMDB), que se declara parte dos interesses do grupo do atual
governador Omar Aziz (PSD).
O jogo da situação começa pela disputa do controle
da máquina do governo do Estado, como também da Prefeitura de Manaus, na
perspectiva de “limpar a área” para as eleições 2014, visando o governo do
Estado e o senado federal. Por estas razões, os “olheiros dos partidos” estarão
monitorando no dia 30 (domingo), as Convenções do PDT e do PMDB para instruir a
tomada de decisão quanto às candidaturas majoritárias, bem como o formato das
coligações, podendo prolongar-se até a data limite do registro das candidaturas
no Cartório Eleitoral, no dia 05 de julho, até às 19 horas, conforme a Lei
determina.
O fato é que Eduardo e Amazonino estão na gangorra
eleitoral. Se o primeiro for candidato, o Amazonino poderá indicar o vice de
Arthur Neto (PSDB), costurando acordo para as eleições 2014, lembrando que o
Arthur ainda reclama judicialmente o diploma de senador que, segundo ele, foi
lhe surrupiado pelo Eduardo Braga em favor da Vanessa (PC do B). O apoio de
Amazonino ao Arthur não poderá ser tão estranho quanto o aval que Gilberto
Mestrinho lhe deu nas urnas. O que pesa contra o Arthur não é tanto o apoio do
Amazonino, mas a sua vocação para o senado, podendo ou não deixar a Prefeitura
para o seu vice no meio do mandato se assim for eleito.
Contudo, em se tratando da candidatura de Arthur
Neto, a direção do PT nacional poderá intervir junto ao Amazonino, oferecendo
“alguma facilidade” para descolar do PSDB e agregar o PT na condição de vice,
criando as condições para as eleições do Amazonino ao governo do Estado. Esta
articulação nacional poderá ser feita com o apoio do próprio Eduardo Braga,
podendo até mesmo tirá-lo do páreo com promessa de algum ministério e outros
apoios. O duro é Omar Aziz aceitar.
Com Eduardo Braga fora da disputa, o governador
Omar Aziz poderá apoiar a Rebeca Garcia (PP), pavimentando a estrada para sua
candidatura ao senado federal, isolando o Arthur de qualquer apoio
institucional, sobretudo, da maquina da Prefeitura de Manaus. O Arthur, por sua
vez já ameaçou, exigindo do governador Omar Aziz uma postura de magistrado nas
próximas eleições.
A não candidatura de Eduardo Braga (PMDB) fortalece
o governo de Omar Aziz (PSD), podendo ser reconhecido entre os seus pares,
inclusive, nas fileiras do PMDB, se souber coordenar as eleições tanto na
capital como também no interior do Estado, conduzindo esse processo em conjunto
com os Deputados Estaduais, na perspectiva de assegurar as eleições de um
número expressivo dos prefeitos do interior, catalisando os múltiplos
interesses em disputa. Esse é o desafio que o governador Omar Aziz tem pela
frente para se afirmar como liderança política no Estado. Ao contrário, estará
fadado ao ostracismo.
E como na política não há espaço vazio, o Eduardo,
Arthur Neto, Serafim Corrêa (PSB), Amazonino e o próprio PT poderão em 2014, de
forma isolada ou não, se voltar para o governo do Estado com tanta força que
poderão arrebatar das mãos de Omar Aziz (PSD), a direção política estadual.
Resta-nos somente analisar com objetividade a vontade do nosso povo e conferir
também a posição das lideranças em questão no tabuleiro da política quanto à
sua aptidão e forma a começar pela disputa das eleições 2012, o que ficará mais
claro a partir dos registros das candidaturas. Por enquanto, são conjecturas.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do
NCPAM/UFAM.
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