Sobrou para o Peteleco do Oscarino: Plínio Valério teve uma boa sacada, quando
afirmava pela mídia que não era Peteleco de ninguém
Ademir Ramos (*)
Numa
dessas eleições, o candidato Plínio Valério teve uma boa sacada, quando
afirmava pela mídia que não era Peteleco de ninguém, querendo dizer que era um
candidato de responsa e que respondia pelos seus atos com coragem e
determinação. Com isso identificava um tipo de candidato que parece mais um
boneco à mercê dos seus patrocinadores, sendo bancado para destratar o
concorrente do seu majoritário. Este, por sua vez, está na disputa não por si
mesmo, mas, por interesse da babita. Recentemente, o candidato Athur Virgílio
Neto, valendo-se de outro recurso de retórica, declarou com todas as letras que
não precisa de muleta para se apresentar junto ao povo.
O reboliço está feito. De imediato o
governador Omar Aziz, disse que não é muleta de ninguém e multo menos serve de
apoio para algum corpo atrofiado, merecendo total aprovação da Vanessa, com
quem ele tem andado na periferia de Manaus, pedindo voto.
Petelecos e muletas a parte, o certo é que a
campanha ainda nem começou nos meios de comunicação, mas já se pode mensurar
como vai ser daqui pra frente. Os candidatos sofrem de início pela disparidade
do tempo na TV, enquanto Arthur tem praticamente três minutos a candidata do
governador conta com doze minutos, ameaçando fazer grande estrago nos arraiais
dos adversários. É a mesma situação do Serafim e dos demais disputantes.
As pesquisas que saíram ainda não dão conta
desta realidade. No entanto, é preciso está atento para ver como os
marqueteiros vão projetar na mídia a imagem dos seus candidatos e de que forma
irão trabalhar a melhor imagem dos seus clientes, com objetivo de vender para o
eleitor um produto que tenha aceitação popular e seja capaz de convencer o
eleitor que a sua escolha é a melhor. O fato é que a mídia eletrônica pode sim
alterar a vontade do eleitor, contudo, é preciso reconhecer também que o
eleitor não é um “cabeça oca”. Ele é sujeito de opinião, o que pode acontecer é
o horário eleitoral servir para reforçar ou não determinados vícios ou virtudes
que os candidatos têm no curso de suas biografias políticas.
Por exemplo, contra o Arthur pesa o trato com
os camelôs e a sua vocação parlamentar. Para Serafim, a pecha de ser escada
para o seu filho Marcelo, que é candidato a vereador. No caso da Vanessa, bate
forte a derrota dela para o Arthur, em Manaus, e o abafa que foi feito no
interior para que a sua eleição prosperasse. Denuncia esta que ainda está para
ser julgada na Corte de Justiça do País.
Entre tapas e beijos, todos os candidatos têm
face e interface. Alguns até usam mascaras para parecer aquilo que não é. Na
dúvida, o eleitor consciente recorre à história e desmonta qualquer armação
midiática e oportunista derrubando os argumentos favoráveis aos candidatos de
provetas feitos em laboratório para atender aos interesses de um grupo de
tubarões que se alimentam do jaraqui e da sardinha do povo, provocando danos e
impactos a saúde, beleza e economia de nossa gente.
Se os candidatos não aceitam ser Petelecos e
nem tampo muletas porque nós eleitores iremos aceitar está provocação. Não,
queremos ser sujeitos de opinião, debater e discutir o bem da nossa Manaus,
conhecendo os projetos e o compromisso dos candidatos, examinando o que eles
dizem a partir da sua trajetória de vida, olho no olho, conferindo a validade
de suas declarações quanto à viabilidade de suas propostas e programas. Nada de
metrô de superfície, trem bala e outros factoides que já foram amplamente
divulgados.
(*)
É antropólogo, professor e coordenador do NCPAM/UFAM.
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