VANESSA, DE
CARA NO MURO
Ademir Ramos
(*)
Confirmada a
vitória de Artur e Hissa (PSDB/PPS) para a prefeitura de Manaus, nesse segundo
turno, a candidata Vanessa Grazziotin (PCdoB), turbinada pelo ex-governador
Eduardo Braga (PMDB), começa a pagar a fatura de sua eleição para o senado
federal, aceitando as condições postas por seu patrocinador para disputar as
eleições de 2012.
A sua derrota significa perda de sua base
eleitoral, provocando grande prejuízo aos camaradas de seu partido, que no
pleito em disputa não elegeu um só vereador em Manaus, sacrificando o pouco que
tinha para satisfazer a voracidade do seu tutor eleitoral. Para Vanessa é fim
de linha porque perde base e fica pendurada nas promessas palacianas
confrontando-se com o próprio governador Omar Aziz (PSD) que sustenta para o
Estado um outro projeto de realinhamento, visando à garantia da governabilidade
posicionando-se a distancia do mandonismo do ex-governador Eduardo Braga.
Vanessa foi posta a prova e provou ao senador
Eduardo Braga, o quanto lhe é fiel. No entanto, como perdeu chão, encontra-se
possuída, ficando sem perspectiva fora da aba eleitoral do senador. Significa
dizer que o futuro da senadora Vanessa depende no momento do projeto político
de Eduardo Braga, o que é lamentável para o povo do Amazonas.
No entanto, a fortuna eleitoral não sopra a favor
de Eduardo Braga como
liderança maior do Estado, como pretendia ser. O
governador Omar Aziz saiu fortalecido nessas eleições, podendo reordenar o
bloco político local e quem sabe ampliar também sua força no cenário nacional,
recorrendo aos seus pares da direção nacional do PSD para influir também
na defesa da Zona Franca, bem como na consolidação do desenvolvimento
regional.
Esse diálogo deverá se estender também com o PSDB
de Artur Neto, que, com a derrota do Serra em São Paulo, se assim for, irá
deslocar força para Minas Gerais, dando musculatura ao projeto político de
Aécio Neves (PSDB) e de Eduardo Campos, do PSB, para presidência da republica.
Cabe competência e habilidade para compreender esse
quadro e quem sabe agregar novas lideranças para se construir um novo projeto
nacional longe da saga do mensalão, assegurando ao Estado do Amazonas, o
fortalecimento de suas instituições democráticas, bem como a promoção de
políticas públicas fundamentadas na justiça social e na distribuição de renda.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do
projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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