PMDB de Michel Temer deve ficar contra Dilma, do PT, na Bahia e
Pernambuco
O cálculo para consolidarmos as
candidaturas próprias têm que levar em conta as pesquisas, palanques para Dilma
e fundamentalmente política de alianças. Se não atender esses requisitos é
melhor fortalecermos a relação com aliados como o PMDB e o PSD.
Ricardo
Galhardo | Agência Estado
Setores da cúpula petista manobram para
desestimular candidaturas próprias nos Estados em favor de partidos aliados e,
assim, fortalecer a coligação em torno da candidatura da presidente Dilma
Rousseff à reeleição, especialmente com o PMDB.
Entre as medidas sugeridas por esse grupo está a
obrigatoriedade de alianças sólidas como pré-requisito para candidaturas
próprias. A ideia desses petistas também é que a direção nacional se manifeste
de forma explícita sobre a situação em cada uma das 27 unidades da federação
como forma de orientar os diretórios estaduais.
No alvo estão pelo menos cinco Estados onde as
direções locais defendem candidaturas próprias: Goiás, Paraíba, Rio Grande do
Norte, Santa Catarina e Tocantins. O principal beneficiado é o PMDB, partido
que ameaça rachar a aliança com Dilma e poderia ficar com a "herança"
petista em Goiás, Paraíba, Santa Catarina e Tocantins.
Levantamento elaborado pela direção petista, ao
qual o 'Estado' teve acesso, mostra que o partido tem hoje 11 candidaturas
consolidadas a governador no Acre, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima e São
Paulo. Em outros oito estados o partido está em processo avançado para apoiar
aliados.
Há negociação com o PMDB em Alagoas, no Amazonas,
no Maranhão, no Mato Grosso, no Pará e em Sergipe. No Ceará, o objetivo é
apoiar o nome do PROS e em Pernambuco, do PTB. No Espírito Santo e no Amapá, o
PT deve ficar com o PSB, cujo pré-candidato a presidente é o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos.
Os líderes petistas que defendem a redução das
candidaturas próprias querem encaminhar as propostas na próxima reunião do
diretório nacional do partido marcada para os dias 20 e 21 de março, em
Brasília. "A prioridade do PT é a reeleição da Dilma.
O cálculo para consolidarmos as candidaturas
próprias têm que levar em conta as pesquisas, palanques para Dilma e
fundamentalmente política de alianças. Se não atender esses requisitos é melhor
fortalecermos a relação com aliados como o PMDB e o PSD.
Essas decisões não podem ficar a cargo de cada
estado", defende o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR).
Resoluções recentes aprovadas pelo diretório nacional petista conferem à cúpula
do partido poderes para decretar a palavra final e, se for o caso, intervir na
estratégia política dos Estados. No entanto, para evitar traumas e fissuras,
integrantes da direção nacional defendem que a cúpula explicite suas posições
de modo a desestimular algumas candidaturas próprias.
"Tem um movimento por candidaturas próprias em
vários estados onde poderíamos abrir espaços para ajustar a aliança nacional. A
executiva nacional deveria fazer uma leitura Estado por Estado e tornar pública
sua posição política em cada um deles", diz o secretário nacional de
Organização, Florisvaldo Souza. Em 2010, o PMDB teve apoio do PT em sete
Estados. Este ano as negociações caminham bem em seis.
Com a manobra da cúpula nacional, o número pode
chegar a 10, enfraquecendo o discurso da ala rebelde peemedebista. A cúpula
petista tem as contas na ponta da língua. O presidente nacional do partido, Rui
Falcão, não cansa de repetir que o PMDB apoia candidatos petistas, por
enquanto, em apenas dois estados, Distrito Federal e Minas Gerais.
Na sexta-feira passada, durante café da manhã
oferecido pela agência de notícias espanhola EFE, Falcão, lembrou que o PMDB
deve ficar contra Dilma na Bahia e Pernambuco. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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