*J.Alves
é escritor e analista
J. Alves *
A Chancelaria
de Israel e por extensão o Governo estão nervosos e tensos (complexos
históricos?!). É compreensível, afinal o País e o povo não têm paz, quase nunca
teve, e para variar num tema e processo recorrente, estão novamente às voltas
com o Hamas/Palestina, em mais um massacre que todo o mundo decente e não
alinhado condena (mesmo que isso não
signifique “achar que no mérito geral” o
outro lado esteja certo sistematicamente!).
Essa
atual escalada começou com o não muito claro sequestro e morte de três jovens
israelenses na região fronteiriça de Gaza, o qual foi atribuído ao Hamas; e
depois houve uma série de retaliações dos dois lados, até um cessar fogo de
poucas horas, e a volta dos conflitos, com o resultado
que todos sabem: centenas de civis mortos e feridos do lado palestino (a
maioria velhos, mulheres e crianças) e cinco dezenas de judeus, a maioria
militares!
Foi
contra essa DESPROPORÇÃO e a forma como ela acontece – sem prejuízo da análise
ética e humanitária dos outros aspectos da questão – que o mundo reclama, e a
Diplomacia Brasileira, uma das mais tradicionais, eficientes e respeitadas do
mundo, não pôde se calar! Não há amparo em
nenhum ângulo que se analise os fatos – nem os EUA na Guerra do Vietnan
atingiu esse nível ! ou tomou deliberações de uso de uma força armada
constitucional para matança indiscriminada, mesmo depois do 11 de setembro !
portanto, é Genocídio mesmo!
A
diplomacia é feita de pequenos detalhes e posturas que escapam à compreensão
dos leigos, por isso é preciso se entender a posição do Brasil sobre esse caso
(que em última análise é o mesmo de sempre “um affair árabe/judeu recheado de
ranso histórico religioso racial e econômico ). Sem entrar nesses meandros
dolorosos, precisamos deixar claro a
infelicidade, irresponsabilidade, louca prepotência, e com relação ao Brasil
feia ingratidão do Chanceler Israelense tentar ofender o Brasil dizendo que é
“anão” “irrelevante” “não contribui para
a paz” “e apoia terroristas” etc, etc!
Se qualquer dessas infâmias fosse verdade, simplesmente neste momento, ninguém estaria discutindo essa guerra, porque Israel não existiria!...
ou o cenário de forças seria no mínimo diferente!... vez que (não é bom ficar-se recordando, mas para insensatos vale como o remédio popular
“simancol”) não somente o voto
brasileiro, mas a campanha e sustentação diplomática bilateral, na histórica
Assembleia da ONU nos idos de 1947, com a liderança lúcida e imparcial do
grande Osvaldo Aranha, Embaixador Brasileiro, QUE TORNOU POSSÍVEL A CRIAÇÃO
FORMALDOESTADO INDEPENDENTE DEISRAEL!!!
... a despeito de correntes de
pressão pro árabes internas e na área internacional, lembrando que naquele momento,
do pós-guerra as nuvens da chamada “guerra fria” ,já começavam a
aparecer no horizonte, se confirmando com
o conflito da Coréia em 1950. E mais: por esse tempo, o pano de fundo
das contendas já era o petróleo, o que paradoxalmente sempre serviu de freio
para os EUA no oriente médio.
Por outro
lado, as brigas entre árabes e judeus,
enquadram-se num complexo e macro problema, por isso os países europeus em sua
maioria preferem a hipocrisia e o alinhamento com os EUA, que por sua vez atua
como “padrinho” de Israel, tendo ajudado até aqui a montar sua máquina de guerra, transformando-o
em potência regional (não confundir com
potência militar mundial, como parece querer o arrogante Chanceler Israelense - não aguentaria
com pelo menos dez países, Brasil no meio!... apesar de ter excelente força
aérea e serviço secreto). O entendimento desse apoio incondicional – que faz
líderes sionistas dizerem abertamente, que seja qual for o Governante americano
e partido no poder, sempre os EUA apoiarão Israel!... eles devem saber o que
falam, e por essa razão “a voz popular
mundial” fica também falando o tempo todo “que o ouro e o dinheiro-fortunas que
existem nos EUA é quase todo dos judeus” ,o que explicaria o resto! De qualquer
modo, ainda como uma das “causas mais de fundo”
estão os lobbies das fábricas de
armas americanas e de alguns alinhados aliados europeus, que têm o maior
interesse em que haja conflitos, para venderem seus produtos – até apoiam
campanhas presidenciais, como o caso dos Bushs, que saiu do segredo e virou
notícia!
No
âmbito da ONU, embora não muito divulgado, Israel foi condenado pelo massacre, foi
exigido um cessar fogo imediato, e proposta
a criação de uma Comissão Internacional,
para mediar no local. É claro que quem dá a palavra final, é os EUA, apesar do
peso da Rússia e China no Conselho de Segurança, por isso também, só a decisão do
Conselho de Relações Humanas não é muito
provável ter cumprimento. Então, é hora de se trazer à baila novamente, a proposta
de uma reforma geral ou extinção dessa ONU,
e criar-se outra, levando-se em conta os novos fatores geopolíticos mundiais! (inclusive
os dos últimos acontecimentos como da Ucrânia etc)!... e na mesma sequência, instar-se internacionalmente pela criação do Estado
Autônomo da Palestina, e ao mesmo tempo se costurar um sistema de segurança de fronteiras que
atenda as partes nesse conflito secular.
Antes de encerrar, e extrapolando um pouco: O Planeta Terra está próximo de mais uma mudança de ciclo
espiritual / social / físico geológico
- nada de fim de mundo, só “correção de rumos” mas que se encaixa tanto nas previsões materialistas
científicas por um lado, como também nos
“apocalipses” de TODAS as
religiões. E na parte “natureza, geologia global, cataclismos, tudo é possível, e nenhum local do planeta está totalmente livre deste
ou daquele impacto!... mas nos aspectos não materiais intrínsecos (política, religiões,
carmas espirituais, convulsões sociais
e guerras -
inclusive explosão de arma nuclear setorizada) há regiões do planeta que são mais “prováveis”!... e o
Oriente Médio é uma delas, embora nada exima as outras regiões, principalmente em países que vivem litigando e usando
malvadamente o capitalismo, no apanágio
“do direito da força” e do esmagamento dos mais fracos, em
contraposição ao que ensinaram e pregaram TODOS os Avatares de todas as religiões
e crenças da Terra – portanto, de todos que brigam e se contradizem!
O
Brasil, por ser de natureza pacífica e uma das dez maiores potências atuais,
queiram ou não queiram alguns radicais, está no centro de qualquer decisão mundial
sobre questões importantes a serem tomadas, se não no âmbito interno da ONU, em
qualquer fórum do Direito Internacional, para ajudar na condução e afirmação da paz, e da autodeterminação dos
povos.
*J.Alves
é escritor e analista
político social no Amazonas
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