EXAMINE E ANALISE O DISCURSO DO
SENADOR DO AMAZONAS, JEFFERSON PÉRES (PDT-AM), DATADO DE 16 DE MARÇO DE 2005,
REFERENCIADO EM REPORTAGEM DE CAPA DA REVISTA VEJA http://veja.abril.com.br/tema/pt-e-as-farc QUE
DENUNCIA DINHEIRO ENVIADO PELAS FARC – FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA
COLÔMBIA – EM DOAÇÃO À CAMPANHA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES. TENHO CETEZA QUE
TAIS DENÚNCIAS NÃO PROCEDEM MAIS A PREOCUPAÇÃO DO SENADOR É RECORRENTE, EM SE
TRATANDO DESTE CONLUIO MAFIOSO ENTRE O NARCOTRÁFICO E A POLÍTICA PARTIDÁRIA.
CONFIRA O DISCURSO ABAIXO:
Ademir Ramos Ramos.
Sr. Presidente, Sra. e Srs.
Senadores, assomo a esta tribuna para manifestar a minha preocupação –
certamente também de muitos milhões de brasileiros pelo menos os mais bem
informados, - com a reportagem de capa da revista Veja desta semana.
Não quero dar nenhuma conotação
partidária a este meu pronunciamento. Não atacarei o Governo nem o PT. Tenho
certeza de que a direção do PT, Senador Tião Viana, como V. Exa. José Genoíno,
José Dirceu e o Presidente da República não aceitariam nem admitiriam a
hipótese de aceitar dinheiro das FARC ou de qualquer outra organização. V.Exa.
não podem responder pelo que fazem alguns militantes do seu Partido. Mas, Sr.
Presidente, não podemos ficar tranquilos com a desenvoltura com que as FARC
agem no Brasil. Há três razões para nós nos preocuparmos com essa organização.
Em primeiro lugar, pelo fato de
ser estrangeira, obviamente não tem nada a que ver conosco. Segundo lugar, Sr.
Presidente, é uma organização que mantém uma luta armada não contra uma
ditadura, mas contra uma das melhores e mais antigas democracias da América do
Sul, que é a Colômbia. Esse país tem instituições tão sólidas, Senador Tião
Viana, que em quarenta anos de luta armada no país não foi interrompido o
processo democrático. As FARC não querem se constituir em um partido e teimam
em manter um movimento armado contra o Governo legitimamente eleito da
Colômbia. Terceiro e pior, Sr. Presidente, as FARC, há muito, deixaram de ser
um movimento político. As FARC são uma organização criminosa, vivem do
narcotráfico.
Boato? Difamação de adversário?
Sr. Presidente, há doía anos
Fernando Beira Mar, foragido da justiça brasileira, se homiziou na Colômbia,
foi se abrigar sob o manto protetor das FARC, porque com as FARC ele mantinha
um intercâmbio de troca de armas e de drogas. Não apenas as FARC negociam e
traficam com drogas, Senador Romeu Tuma , como V.Exa. bem sabe. Elas matam,
praticam terrorismo e sequestram.
(...)
Há um representante aqui, Sr.
Presidente, que age com a maior desenvoltura. Um líder do Governo afirmou –
veja a gravidade do que vou dizer - que os documentos são falsos, Senador Romeu
Tuma, e que a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) não investigou as FARC.
Então, eu pergunto: O que faz a ABIN? O representante de uma organização
criminosa estrangeira, aqui sediada, reúne-se com políticos brasileiros para
oferecer ou não dinheiro, e a ABIN não acompanha, não toma conhecimento? Para
que serve a ABIN?
Eu estou muito preocupado. Na
capital da República, nas barbas, a dois quilômetros do Palácio do Planalto, a
ABIN não sabe? É mais grave ainda, Senador Antero de Barros. E isso aconteceu
no Governo Fernando Henrique Cardoso. Não estou condenando o Governo, mas a
ABIN, como instituição. Quero saber por que as FARC têm uma representante no
Brasil e por que esses representantes não monitorados religiosamente. (...)
Eu temo. O Amazonas tem uma
fronteira de mais de mil quilômetros com a Colômbia, Sr. Presidente, vasta
fronteira semiabandonada, a não ser pela presença da s Forças Armadas. Uma
população paupérrima, miserável, que está exposta aos narcotraficantes. Imagino
se as FARC começam a subornar, financiar candidatos às prefeituras, à Câmara
Municipal ou ao governo do Estado do Amazonas, o que é que vai acontecer com o
meu Estado? (...) O General Presidente da ABIN tem que vir a este Sanado
Federal, não para se reunir no gabinete. No seio de uma Comissão em sessão
secreta, mas ele dever explicações à Nação.
Eu estou preocupado com a ação das FARC no Brasil, Sr. Presidente, e milhões de
brasileiros estão também.